Em 1968, os estudantes continuavam a ser os maiores inimigos do regime militar. Reprimidos, passaram a ter voz através da música.A música popular brasileira começa a atingir as grandes massas, ousando falar o que não era permitido à nação. Os cantores protestavam por meio de analise de mensagens subliminares embutidas nas canções. E isso começou a incomodar os militares. A censura passou a ser a melhor forma de a ditadura combater as músicas de protesto e de cunho que pudesse extrapolar a moral da sociedade dominante e amiga do regime.
Para censurar a arte e as suas vertentes, foi criada a Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP), por onde deveriam previamente, passar todas as canções antes de executados nos meios públicos. Esta censura prévia não obedecia a qualquer critério, os censores poderiam vetar tanto por motivos políticos, ou de proteção à moral vigente, como por simplesmente não perceberem o que o autor queria dizer com o conteúdo. A censura além de cerceadora era de uma imbecilidade jamais repetida na história cultural brasileira.
http://www.youtube.com/watch?v=qhvXQj8CFmM
Chico Buarque, o Alvo Predileto da Censura Militar
Chico Buarque foi o
compositor e cantor mais censurado. A sua obra sofreu respingos da censura em
todas as vertentes, tanto nas canções de protesto, quanto nas que feriam os
costumes morais da época.
Um exemplo foi seu álbum “Calabar”
Exilado na Itália, de 1969 a 1970, Chico Buarque
sofreria com a perseguição da censura após o retorno ao Brasil. Em 1970, recém
chegado do exílio, o compositor enviou a música “Apesar de Você” para a
aprovação da censura, tendo a certeza que a música seria vetada.
Inesperadamente a canção foi aprovada, sendo gravada imediatamente em compacto,
tornando-se um sucesso instantâneo. Já se tinha vendido mais de 100 mil cópias,
quando um jornal comentou que a música referia-se ao presidente Médici.
Revelado o ardil, o exército brasileiro invadiu a fábrica da Philips,
apreendendo todos os discos, destruindo-os.Na confusão, esqueceram de
destruir a matriz.
Em 1973 Chico Buarque sofreria todas as censuras
possíveis. A peça “Calabar, ou o Elogio à Traição”, escrita em parceria com
Ruy Guerra, foi vetada pela censura. As conseqüências da proibição viriam no seu álbum, “Calabar”,
também daquele ano. A capa do disco trazia a palavra “Calabar”
pichada num muro. Os censores concluíram que aquela palavra pichada tinha um
significado subversivo, o que resultou na proibição da capa.
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