domingo, 2 de setembro de 2012

África: um continente esquecido

     Muitas vezes acabamos deixando de lado esse continente que sofreu muito ao longo dos anos e permanece até hoje com cicatrizes vindas de seu processo de colonização. Através da ocupação militar, as potências europeias vão dividir as fronteiras africanas de acordo com seus interesses, deixando o continente a mercê dos interesses europeus.
     Tal invasão teve como justificativa ideológica levar a civilização aos homens selvagens, no caso, os africanos, na chamada Missão Civilizatória ou Fardo do Homem Branco, a qual exaltava a superioridade do branco, que seria uma elite econômica, sobre os negros. Essa ideologia, de caráter científico, deu origem ao que foi chamado de Darwinismo Social.
     Para que o tema fosse melhor compreendido, fizemos um fichamento do livro de Sociologia para a aula de História, a pedido da professora, e resolvemos postar alguns trechos marcantes dos trabalhos dos integrantes do grupo:


  • Darwinismo Social
     "Nesses trechos retirados da página 65, a autora explica a “desculpa”que os europeus utilizaram para entrar na Ásia e na África para as colonizarem, que era: a civilização dos povos considerados “primitivos” em relação aos colonizadores só por não terem tanto poder econômico e tanta tecnologia como a Europa. 
      Ela mostra, segundo a teoria de Darwin, o continente europeu como o mais evoluído e utiliza sua estrutura social como “molde” para os outros povos, o que é, na minha opinião, algo errado, pois não podemos julgar uma comunidade como “fósseis vivos” ou “primitivos”, pelo modo de vida que é conduzido por ela; Cada sociedade tem o direito de crescer e se desenvolver em seu rítmo natural e, assim, desenvolver sua própria cultura e costumes."
– Raíza Benedecti, nº 33



  • Uma Visão Crítica do Darwinismo Social - Ontem e Hoje
     "O darwinismo social pode ser considerado não só como um comportamento humano, mas sim como uma ação guiada pelo preconceito e interesses particulares, quando é aplicado nos estudos das diferenças entre as sociedades e etnias. Hoje em dia, a seleção natural é aplicada no homem de forma diferente, pelo fato de que ele cada vez mais se torna independente do meio em que habita. No entanto, no século XIX a ação de exploração de terras Afro-Asiáticas pelos europeus para fins políticos e econômicos, concebe essa ideia da teoria de Darwin em termos sociais, falando no mais forte e evoluído."

– Ana Luiza Incerpi, nº 04


  • Duas formas de avaliar as mudanças sociais
     "O desenvolvimento industrial da época gerava cada vez mais conflitos sociais. Em resposta às greves, os positivistas diziam que o progresso da humanidade dependia exclusivamente dos avanços científicos, logo, do avanço industrial. O positivismo, portanto, tinha como crença que o homem deveria explicar a realidade, sendo ele dotado de razão suficiente para isso. Essa visão positivista trata-se da segunda forma de avaliar as mudanças sociais, sendo a primeira o darwinismo social."

– Fernanda Vila Verde, nº 15


  • Organicismo
     "Na visão da autora, é mais uma tentativa de transposição das teorias darwinistas para a sociedade. Os teóricos diziam que a sociedade era como um organismo vivo e as instituições eram os tecidos sociais, cujo principal objetivo era manter o bem estar do grande organismo. Assim, os cientistas que seguiam esse pensamento procuravam criar semelhanças entre leis biológicas e sociais, tratando as sociedades humanas como diferentes espécies."

– Fernanda Guedes, nº 16


     Aproveitamos a oportunidade para mesclarmos a matéria aprendida em História com a que vimos em Geografia sobre a África. No texto abaixo, apresentamos um resumo dos aspectos políticos presentes ao longo da história deste continente:


     O sistema político africano foi marcado em sua primeira fase pelo chamado Tribalismo, período com apenas processos internos, fronteiras flexíveis, poder hereditário e conflitos simbólicos, o que garantia uma certa paz no território. Durante o século XV, esse sitema deu espaço para o Colonialismo, com a introdução do lucro e construção de feitorias.
     As grandes potências da Europa começaram a entrar em crise com o rápido crescimento do capitalismo na região. A "única saída" por eles encontrada era buscar os "3 Ms" (mercado consumidor, mão-de-obra e matéria prima) em suas colônias, necessidade esta que gerou uma rivalidade acentuada entre os países colonizadores que começam a corrida armamentista, o sistema de alianças e a propaganda ideológica. Com a justificativa ideológica que mais tarde recebeu o nome de "Fardo do Homem Branco", explicada no começo do post. E sem qualquer preocupação com os países colonizados, principalmente da Ásia e Africa, a Europa foi usufruindo e absorvendo tudo o que pode desses dois continentes. Essa nova fase, marcada também pela desorganização das colônias, recebeu o nome de Imperialismo, a qual deixou marcas até os dias de hoje.
     No Pós-Segunda Guerra Mundial, a política africana ficou marcada pelo Nacionalismo, começando então movimentos de independências, com disputas tribais e ideológicar, além de guerras sangrentas. Por fim, temos o Neoliberalismo, etapa que deixa o continente em questão como uma periferia do mundo, já que este não consegue ser tão competitivo quanto os demais.

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