domingo, 21 de outubro de 2012

Hugo Chávez por mais 6 anos


Hugo Chávez conquista 55% dos votos, vence a terceira eleição seguida e promete tornar “irreversível” o projeto do socialismo do século XXI. O venezuelano continua pintado de vermelho. O presidente venceu em 21 dos 23 estados. Com maioria parlamentar na Assembleia Nacional, terá ao menos dois anos para promover mudanças capazes de aprofundar o seu projeto, antes das eleições legislativas de 2015. Sua vitória não foi tão esmagadora como na última eleição presidencial, mas não foi apertada conforme previam os analistas mais conservadores e algumas pesquisas.


Para os governistas, 55% dos votos representam um aval inequívoco para avançar na consolidação do projeto do socialismo do século XXI. “ Nossa proposta foi transparente. Todos que votaram por Chávez votaram pelo socialismo, pela independência, pela soberania e pelo poder popular”, afirmou Blanca Eekhout, vice-presidente da Assembleia Nacional.
            De qualquer forma, a ala mais democrática da oposição saiu fortalecida, em detrimento da turma radical e golpista. Nas vésperas da eleição ventilava-se que, caso o resultado das urnas fosse apertado, os antichavistas mais exaltados estariam prontos para liderar uma onda de manifestações contra uma suposta fraude. Apesar de Capriles ter reconhecido a derrota, seu grupo não pôde contestar os resultados. A famigerada Praça Altamira, reduto opositor e palco de violentos protestos no passado, voltou a pegar fogo. O trânsito da movimentada avenida de acesso na capital foi bloqueado por uma barricada. Os manifestantes queimaram lixo e pneus. Capriles e outros dirigentes da oposição criticaram a ação nas redes sociais, numa tentativa de se desligar da ação. O protesto durou pouco mais de 24 horas e foi dissolvido pelo prefeito. O governo federal não interveio.
            Segundo analistas próximos ao governo, não haverá grandes mudanças na estrutura econômica. Chávez deve manter o controle dos setores considerados estratégicos, entre eles, petróleo, telecomunicações, alimentos e eletricidade, e tende a fazer menos pressão sobre o empresariado, que vê nas expropriações um entrave a novos investimentos. “Desde que cheguei a Miraflores, dizem que vou acabar com a propriedade privada e aí está”, disse o presidente durante uma entrevista coletiva.
            Nos próximos seis anos, o governo tende a apostar na transformação do aparelho produtivo por meio de incentivos ao setor privado e promover a criação da chamada economia social. O novo ramo prevê a criação de Empresas de Propriedade Social (EPS), que devem funcionar como motor econômico do chamado “Estado comunal”. A iniciativa, já com lei própria, prevê a criação de “comunas”, com o reordenamento territorial de diferentes municípios por meio de agrupamentos dos conselhos comunais (conselhos de vizinhos). Nas comunas, seus dirigentes contarão com legislação e poder próprio, paralelo ao poder de governadores e prefeitos. Há ao menos dez “comunas-modelo” na Venezuela.

Fonte: Revista Carta Capital

Uma dama entre vagabundos


No ano de 1979, a Europa se encontrava em um período de recessão econômica, elevadas taxas de inflação, altos índices de desempregos e uma quase incontornável crise petrolífera. Durante esse período de turbulência social, assumiu o poder na Grã-Bretanha a líder do partido conservador inglês, Margareth Thatcher.
Thatcher foi a primeira mulher que ocupou o cargo de Primeiro-Ministro britânico. Logo no início do seu mandato, efetivou uma série de medidas e mudanças, anunciou um plano para a redução dos impostos e passou a controlar e a realizar reformas institucionais nos sindicatos trabalhistas. Essas reformas lhe valeram o apelido de “Dama de Ferro”.
A Primeira-Ministra permaneceu no cargo de 1979 até 1990, ou seja, ocupou o cargo por 11 anos. Nos primeiros cinco anos, suas medidas e estratégias de governo não resultaram em melhorias na economia britânica; ao contrário, muitos estudiosos disseram que a Grã-Bretanha entrou num momento de maior recessão econômica. Entretanto, outros estudiosos, que compactuam com uma visão política liberal-conservadora, defenderam veemente o governo de Thatcher.
Os primeiro cinco anos do primeiro mandato de Margareth Thatcher foram bastante conturbados, por sua política anticomunista. O primeiro governo de Thatcher ficou marcado por diversas greves e manifestações dos sindicatos trabalhistas. Mas sua intervenção nas Guerras das Malvinas (Guerra entre Inglaterra e Argentina), em 1982, aumentou sua popularidade. Thatcher conseguiu sua primeira reeleição em 1984 em decorrência desse fato.  
Após o primeiro mandato, Thatcher promoveu um programa de privatizações das empresas estatais e continuou combatendo de forma radical os movimentos sindicais trabalhistas. A Primeira-Ministra britânica tornou-se uma das precursoras do neoliberalismo.
No ano de 1984, não negociou a liberação dos presos políticos e sofreu um ataque contra sua vida, realizado pelo grupo terrorista IRA (Exército Republicano Irlandês). Saindo ilesa do atentado, ganhou força e compactuou ainda mais com o capitalismo. Certa vez, disse: “A ganância é um bem” – essa frase é a clara concordância que a “Dama de Ferro” tinha com a acirrada concorrência capitalista.
No final da década de 1980, Margareth Thatcher continuava seu governo de forma rígida e inflexível. Conseguiu controlar a inflação e acelerou a valorização da moeda inglesa, porém não conseguiu baixar a taxa de desemprego. Sua segunda reeleição aconteceu em 1989, entretanto sua relação com o partido não era boa, o que levou à sua renúncia no ano de 1990. Acentuada ainda pela vitória do presidente norte-americano, George Bush, não simpatizante de Thatcher, um dos motivos da renúncia foi a perda do apoio externo dos Estados Unidos da América. 
A “Dama de Ferro” assumiu o cargo de Primeira-Ministra inglesa no ano de 1979, em plena Guerra Fria, e deixou o poder político britânico em 1990, após a queda do muro de Berlim (fim da Guerra Fria).  



Uma boa pedida é o filme A Dama de Ferro, que recebeu diversas indicações ao Oscar 2012.  Margaret Thatcher foi a primeira mulher a dirigir uma democracia moderna, no mundo Ocidental e em 1979 se tornou Primeira-Ministra do Reino Unido, onde governou até 1990; o filme abrange um olhar diferente sobre a história em si, e vai além da política com ações anti-populares para conter a inflação. O filme fala sobre a mulher por trás da política, em um momento delicado: A antiga primeira ministra está ficando mais velha, esquecendo seu passado glorioso. Ironicamente, é através dessa mulher que está começando a esquecer que vemos sua história. 
             O roteiro é bem sensível, basicamente composto de alguns flashbacks que Tatcher tem enquanto está confinada em sua casa. Confinada é a palavra correta, uma vez que a "Dama de Ferro" não pode sair sequer para comprar leite. A casa está repleta de seguranças na parte externa e há uma enfermeira em prontidão para ajudá-la sempre que necessário, mostrando que a inabalável ''Dama de Ferro" teve seus momentos de fraqueza também.
            A trilha sonora, composta principalmente de música clássica (punk somente quando mostra as revoltas da população para com ela) combina perfeitamente com todo o filme, que flui perfeitamente ao longo de suas 1h45 minutos de duração. O final é extremamente melancólico e emocionante. Mas esse seria apenas mais um bom filme não fosse pelo fator Meryl Streep. Nos primeiros 5 minutos de Dama de Ferro você já percebe que essa mulher é a melhor atriz dos nossos tempos mas Meryl dá um show de atuação, superando até mesmo algumas de suas atuações passadas. Ela passa da 'política desafinada' que Tatcher era, antes de receber consultoria, para a líder política, em seguida à mulher arqueada pela idade, tudo isso de uma cena para a outra. Está irreconhecível na versão mais velha de Tatcher mas, quando você pensa em outra atriz que representasse com mais perfeição esse momento, não consegue. Somente Meryl Streep conseguiria dar, ao mesmo tempo, a vulnerabilidade e a postura rígida de uma mulher que um dia ficou no poder, que a Dama de Ferro tem em sua ultima fase.  No final, graças ao roteiro mas, principalmente, à atuação, você até tem uma certa simpatia por essa figura polêmica. Afinal, tudo o que ela fez foi querer mudar seu país. Uma mulher a frente de seu tempo que, agora mais velha, está começando a esquecer, a enferrujar. 



Abaixo temos o vídeo para o trailer:


Análise Sociológica:
Se relacionarmos o contexto do governo de Margaret Thatcher podemos notar que, juntamente com o Ronald Reagan, houve a retomada da visão onde Estado não intervêm na economia, deixando ela se auto-regular por si só. Tal fato é inédito, pois desde o período Entreguerras o capitalismo baseado na filosofia de Adam Smith enfrenta um descrédito por parte da sociedade. Dessa forma, inicia-se, portanto, o neoliberalismo tal como o conhecemos hoje. 



Fontes:

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sobre as cotas raciais

Benefício da visão distorcida
            A iniciativa da ceiação de cotas para as universidades federais teve a melhor das intenções, quando se analisa o quesito de justiça social. Porém, essa atitude aponta para a criação de mais problemas, anulando os possíveis efeitos benéficos dessa nova lei. A política de cotas não pode ser considerada uma solução para um problema, muito maior que o percebido até agora.
         
            As cotas sociais surgiram para corrigir uma desigualdade de oportunidades entre classes sociais para ingresso em faculdades federais. Mas o problema reside, em verdade, na qualidade das escolas públicas de ensino fundamental e médio. Essa política visa a inclusão de pessoas oriundas de classes econômicas menos beneficiadas em faculdades federais por simplesmente não terem condições de ter ensino básico público de qualidade.
          
            Ou seja, há a transferência de responsabilidade de ensinar do ensino básico para o superior. Contudo, a tarefa da faculdade é capacitar os alunos para o mercado de trabalho. A conclusão é de que a excelência das instituições de ensino superior público fica em risco por receber jovens sem prepato suficiente para as exigências desse tipo de ensino, formando profissionais incapazes ou até mesmo provocando o êxodo dos alunos de faculdade pública.
         
            Quem corre sérios riscos não são só as faculdades, mas também os alunos oriundos das classes econômicas mais baixas, assim como o mercado de trabalho, que termina por ter a qualidade de produção reduzido em função da má qualificação dos formandos ou termina por recusar esse tipo de mão-de-obra, que mais prejudica do que beneficia.
           
            No final, os resultados podem ser catastróficos. Os hoje jovens serão adultos sem cultura, sem instrução, sem emprego e facilmente maipuláveis. E o país com uma má qualidade de produção e serviços que, ou se tornará precária, ou para mantê-la razoável recorrerá a importação de mão-de-obra estrangeira. Os jovens de hoje terão que se sujeitar ao empregos que seus pais e mães, das classes D e E, tem hoje, com baixa qualificação.
 
Leonardo Salgado Alves      nº24    

Rio+20

     “É preciso elevar a produtividade a novos patamares, de modo a gerar mais riqueza, depredando menos o meio ambiente. Só assim é possível olhar para a economia e o verde simultaneamente.” afirma o economista americano Thomas Heller.
   
     Levando isso e o sucesso da Eco 92 em consideração, representantes de 190 países, além de ONGs de todos os tipos, se mobilizaram no Rio de Janeiro em Junho de 2012 para uma nova conferência em prol do nosso ecossistema.

  • Rio+20

     A Rio+20 trata-se, portanto, de uma reunião sobre Desenvolvimento Sustentável organizada pela ONU para discutir como conciliar crescimento econômico, qualidade de vida e preservação do meio ambiente, simultaneamente.

     A conferência dispõe de dois blocos opostos, sendo um formado por países ricos, e o outro composto pelos emergentes e pobres. Suas principais preocupações são fazer com que o modelo econômico atual se adapte aos moldes sustentáveis e, em segundo lugar, decidir quem financiará a citada adaptação.

     O quadro abaixo, retirado da revista Veja, edição 2274, do dia 20 de Junho de 2012, mostra o que cada grupo de países propõe e discordam nas discussões da Rio+20. Além disso, segue um resumo sobre o que é cada medida de acordo com a reportagem:


  1. A conferência deve estabelecer Metas do Desenvolvimento Sustentável, porém não há decisões comuns quanto a prazos, objetivos ou sobre quem arcaria com as despesas.
  2. É planejada uma redução no uso do petróleo, sendo este trocado por fontes de energias mais limpas.
  3. Criar uma Agência Internacional Independente com o poder de decisão em questões ambientais, sem interferência da ONU.
  4. Criar um novo conceito de PIB onde o cuidado ambiental conta tanto quanto a riqueza do país.
  5. As nações ricas deveriam, portanto, doar parte de suas riquezas para que os países em desenvolvimento não sejam prejudicados.

  • Eco 92
     A última reunião realizada com o mesmo intuito ocorreu entre 3 e 14 de Junho de 1992, também no Rio de Janeiro, e recebeu o nome de Eco 92

     Esta teve uma boa repercussão, pois incentivou a população a exigir que as empresas fabricassem produtos menos agressivos ao meio ambiente, além de tomarem consciência de problemas ambientais como a poluição nos rios e oceanos, e a imensa quantidade de lixo urbano. Outra importante decisão tomada foi a ratificação do acordo de redução da emissão dos gases causadores do efeito estufa na atmosfera.


  • Uma visão de Eric Hobsbawn
     Levando o tema acima em consideração, podemos relacioná-lo com uma análise feita pelo historiador britânico Eric Hobsbawn para o jornal The Guardians. Tendo em vista que, durante o século XX, tanto o sistema socialista quanto o capitalista apresentaram sinais de fracasso, o autor sugere uma nova alternativa a ser implantada: a política progressista. 
     
     Trata-se de uma iniciativa pública não baseada na busca de lucro, mas sim em decisões com o objetivo de conseguir melhorias sociais coletivas que beneficiariam toda a população. "A base da política progressista não é a maximização do crescimento econômico e da riqueza pessoal."

     Ainda segundo Hobsbawn, essa ideia deve ter como pauta fundamental a crise do meio ambiente em que vivemos hoje. Deste modo, pode-se associar essas conferências, como a Eco 92 e a Rio+20, como exemplos de políticas progressistas, em que não há obtenção de lucro individual mas sim uma tentativa de reverter a situação atual. Diante dessa situação, toda e qualquer medida deve ser tomada o mais rápido possível. "O tempo não está do nosso lado.", relata o autor.

domingo, 7 de outubro de 2012

O curativo das cotas

          A lei de cotas já aprovada pela presidente Dilma vem gerando muita polêmica na sociedade. O fato em questão é que esse projeto não atende diretamente um dos grandes problemas do Brasil: a precária e defasada educação pública. Assim, pois, a lei serve apenas como um curativo, disfarçando o real estrago e deixa, aparentemente, confortável, agradando a maioria dos estudantes que advém de escolas públicas.
         Impor as cotas nas Universidades Federais pode acarretar prejuízos em sua excelência, visto que elas respondem por 86% dos artigos científicos publicados internacionalmente, como mostra a reportagem "O erro das cotas" na revista  VEJA. Os alunos, pois, que ingressarem por meio delas não terão recursos que os possibilitem para acompanhar o sistema das federais, uma vez que eles tiveram uma qualidade de ensino muito aquém do que é exigido e necessário. Portanto, além de ter que nivelar os novos alunos, aqueles que já se adequam ao sistema serão prejudicados e, em consequência, essa excelência cai. 
        Além disso, deve-se ressaltar que a lei sancionada não traz nenhum mecanismo eficiente que mude a base da educação. Ela não vai fazer com que os alunos que se enquadrem nela estudam mais, pois já terão praticamente as suas vagas reservadas; e ela também não fará com que os professores da rede pública ganhem salários dignos para fazerem seus trabalhos da melhor qualidade possível.
        Em suma, é necessário, primeiro, investimentos nas estruturas de base para se chegar a um resultado sem falhas ou prejuízos. Mascarar ou esconder com um "bandaid" não resolve nem muda o fracasso que pe a atual educação pública brasileira

Giovanna Junqueira n20

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

" Ato Falho"


       Hoje, foi publicado no site G1, a comovente reportagem sobre João Carlos Rodrigues, um paciente que estava internado há quatro anos e quatro meses no Hospital Evangélico de Curitiba, e que sofria de uma rara doença neuromuscular degenerativa que prejudica o sistema respiratório.
      O paciente ficou conhecido após publicar o livro "O caçador de lembranças", que conta a vida dele desde que os sintomas da doença começaram a se manifestar e ele precisou ser internado, sem poder sair da cama.   Ele faleceu em agosto deste ano,  e o hospital pediu uma averiguação do que teria causado a morte do paciente,  e segundo o relatório final da averigueção, houve um ato falho de um profissional que acabou antecipando a morte do paciente. O profissional, que já estava afastado foi banido do quadro de funcionários do hospital, e a direção simplesmente lamenta o erro humano, além de prestar integral apoio à família”.


Albert Nobbs

    

     O filme Albert Nobbs retrata a história de uma mulher que vive como um homem, para sobreviver na conservadora sociedade Irlandesa no século XIX. Época caracterizada pela revolução industrial, que provocou mudanças na economia, e na tecnologia.
      Nesse período a mulher sofria muito preconceito, e não achava trabalho com facilidade, fora isso o continente Europeu passava por uma fase nao muito boa, onde a saúde era precária, e as diferenças economicas eram muito marcantes.
      O filme, que foi indicado ao Oscar cinco vezes, mostra detalhadamente e de forma dinâmica toda a fase pela qual a Irlanda, e Reino Unido passaram no século XIX. É um filme de fácil entendimento, e que nos passa  informações que na época foram omitidas, e que são importantes.


 

Redação em forma de carta sobre as cotas

         Santos, 17 de setembro de 2012

         Excelentíssima Presidente Dilma,
         Gostaria de alertá-la para o tema relacionado ás cotas, que a senhora aprovou nessa última segunda-feira, 07 de setembro de 2012.
         Não sei ao certo o que se passa no Senado, mas acho que essa situação merece uma melhor análise, afinal, as cotas não só tornam pior o preconceito racial no Brasil, como causa uma revolta que poderia ser evitada, na população que estudou a vida toda em escolas particulares, e que serão indiretamente prejudicadas.
         Muitos escritores tentam amenizar essa polêmica, sendo a favor das cotas, e usando como argumento positivo, o fato do Brasil estar "pagando" uma dívida histórica com diferentes etnias, e o fato de estar dando oportunidades igualitárias a todos.
         Mas, assim como a maioria da população, não acho correto tal ato, e nem coerentes as justificativas. Ao invés de tratar diferencialmente as pessoas mais pobres, e diferentes etnicamente, a Senhora poderia investir na educação pública. Dando a essas pessoas uma oportunidade de passar em uma universidade pública, por mérito próprio, o que é uma sensação única.
         Se esse método de "igualdade" realmente entrar em vigor, as faculdades federais Brasileiras, que são conhecidas em todo o mundo como as melhores, vão ter que se adaptar aos novos alunos, e isso fará com que o nível de ensino seja inferior ao atual, prejudicando assim os alunos que se esforçaram para estar ali.
Portanto, gostaria de pedir uma atenção maior para esse assunto, pois tenho certeza de que há métodos que beneficiem a todos, e que realmente resolvam o problema, e não simplesmente o mascare.
          
          Agradeço desde já, e aguardo uma resposta.
                                                                                                          
                                                                                                                        

                                                                                                                           Camila Conrade

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Mais justiça, menos preconceito

         Foi aprovada a política de cotas para o ingresso de negros, pardos, indígenas e estudantes oriundos do ensino público, nas universidades e escolas técnicas federais. Ela garante 50% das vagas, na proporção das populações em cada estado. Sendo assim, beneficia-se a maioria dos estudantes brasileiros, considerando-se que de cada dez alunos, apenas um estuda em escola privada.
       No caso das cotas raciais, é notório que o Brasil possui uma dívida histórica com os negros, que quando vieram da África foram escravizados pelos colonos e os indígenas, explorados, portanto, com o ingresso da população negra, parda e indígena nas universidades públicas, poderá ser visto um aumento no número de bons profissionais, destas raças, formados, por exemplo, médicos, advogados, engenheiros, diminuindo certo preconceito existente.
        Haverá eficácia na reparação de injustiças e desigualdades sociais com essa política, e os bens comuns considerados acessíveis à população de classes sociais elevadas, em partes, estará ao alcance das camadas mais baixas.
          É essencial que essa sensação de injustiça diminua, juntamente com a lei que foi sancionada e aos poucos será empregada definitivamente. A inclusão social poderá ser notada, alunos, independente de cor, raça, classe social, estarão em "um mesmo lugar", em um  mesmo convívio, beneficiando à todos. Ao mesmo tempo, a deficiência presente no ensino público também será compensada com a "facilitação" no ingresso às universidades, de uma forma justa, para aqueles que necessitam, servindo de apoio para que possam ser bem sucedidos e tenham uma melhoria em suas vidas.

Bianca Akemi de Souza Abe nº07


100 anos da revolta camponesa do contestado

   A revolta do contestado (1912-1916) é uma das várias ocorridas na época da República Velha no Brasil. A região do contestado fica na divisa entre o Paraná e Santa Catarina e tem este nome pois era visado por estes dois territórios.
   A história brasileira é marcada por inúmeras revoltas populares contra leis injustas ou pelo acesso à terra, pois a posse do território sempre foi entregue a aristocratas e oligarquias e isso prevaleceu nos ciclos da cana e do café. Na transição do Império para a República foi inevitável a libertação dos escravos após a proibição do tráfico negreiro. Nesta mesma época, a lei de terras permitiu a legalização das posses dos latifundiários e proibiu a distribuição de novas áreas públicas. Ou seja, toda terra deveria ser comprada e com isso nem os escravos libertos, nem a maioria dos imigrantes europeus tinham recursos para ter acesso a terra. Neste contexto, e com as injustiças cometidas contra a população do contestado (como a construção da estrada de ferro que passava por este território, que resultou na expulsão dos pequenos proprietários locais e da retirada da madeira da região, que servia como forma de sustento) se deu a origem do conflito no campo.
   Mais de 40 mil de camponeses se armaram como puderam e foram à luta pelo direito a terra inspirados principalmente por José Maria. Porém, a revolta foi sufocada por soldados da República, e mais de 10 mil camponeses foram mortos, inclusive José Maria. A revolta tomou proporções tão grandes que só depois de 46 meses de conflito os revoltosos foram derrotados, após ficarem isolados, sem comida nem remédios contra o tifo, doença que vitimou muitos moradores da região.
   Os conflitos no campo no período da República Velha foram resultado da grande exclusão social do país, e apesar de pouco lembradas, têm muita importância.



Um homem se vai, um legado permanece....



LONDRES –Morreu na segunda-feira, 1º, aos 95 anos, o historiador britânico Eric Hobsbawm, depois de uma longa pneumonia que o manteve internado por meses em Londres. Era considerado um dos mais importantes historiadores do século 20, autor de mais de 30 livros traduzidos em todo o mundo. Com a trilogia Era das revoluçõesEra do capital e Era dos impérios, que fez parte da formação de várias gerações – no Brasil foi um dos livros mais estudados em cursos das áreas de ciências humanas a partir dos anos 1970 – Hobsbawm analisou o que chamava de “o longo século 19”, período que vai de 1789 a 1914, ou seja, das revoluções europeias às vésperas da Primeira Guerra Mundial.
No livro que deu sequência ao conjunto, Era dos extremos, Hobsbawm retratou, em contrapartida, o “curto século 20”, que vai da Primeira Guerra à queda do Muro de Berlim e à derrocada da União Soviética e dos países comunistas europeus. Seus livros, mesmo marcados pela metodologia marxista, não se limitavam ao enfoque político-econômico, tendo sempre grande sensibilidade para as questões culturais. 
A vivência de Hobsbawm como aluno durante a década de 1930 na Alemanha ajudou a consolidar suas visões de esquerda. Em 1936, na Inglaterra, ele entrou para o Partido Comunista, do qual foi integrante durante décadas, apesar de ter se desiludido com a União Soviética.
Hobsbawm era grande conhecedor de jazz, tendo escrito artigos sobre o tema, assinando como Francis Newton, para a revista New Statesman. Chegou a publicar uma prestigiada História social do jazz. Em tempo: o pseudônimo usando pelo historiador era uma homenagem ao trompetista de Billie Holiday, que era comunista. Além dos livros sobre grandes períodos históricos, Hobsbawm tinha interesse por movimentos revolucionários, agitadores pré-políticos e banditismo social.
Hobsbawn nasceu na Alexandria, no Egito, em 1917, filho de pais judeus. Ele cresceu em Viena e em Berlim, mudando-se para Londres em 1933, mesmo ano em que Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha.
O historiador filiou-se ao Partido Comunista inglês em 1936,  permanecendo ligado a ele durante décadas até se desiludir com a União Soviética, depois da invasão da Hungria, em 1956. Esteve também vinculado ao Partido Trabalhista britânico, de esquerda. Naturalizado inglês, chegou a ser descrito pelo ex-líder trabalhista Neil Kinnock como “meu marxista favorito”. Em 1978, entrou para a Academia Britânica.
Sua carreira acadêmica foi brilhante, tendo lecionado nas principais universidades britânicas. Como professor convidado, deu aulas na Universidade de Stanford, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e na Universidade de Cornel, nos EUA. Em 2003, Eric Hobsbawm veio ao Brasil para participar da Festa Literária de Paraty (Flip).
Marxismo
Com trânsito entre intelectuais de todas as tendências, a obra de Eric Hobsbawm é o melhor exemplo do método dialético em história no século 20. O historiador nunca renegou suas raízes intelectuais e chegou a organizar uma impressionante História do marxismo, em 12 volumes. Seu último livro, Como mudar o mundo, publicado no ano passado, estuda a origem da produção teórica de Karl Marx (1818-1883), analisando as influências do socialismo francês, da filosofia alemã e da economia-política britânica. 
Em entrevista ao jornal inglês The Guardian, publicada à época do lançamento do livro, declarou: “A redescoberta de Marx está acontecendo porque ele previu muito mais sobre o mundo moderno do que qualquer outra pessoa em 1848. É isso, acredito, o que atrai a atenção de vários observadores novos – atenção essa que, paradoxalmente, surge antes entre empresários e comentaristas de negócios, não entre a esquerda”.
Seu livro de memórias, Tempos interessantes – Uma vida no século 20, é uma análise sem autoindulgência de sua trajetória intelectual e dos desafios políticos vividos. Além de retomar algumas reflexões que fizeram parte de sua obra de historiador, tem passagens sobre a América Latina e o Brasil, ao qual faz duas referências: acerca de uma conferência proferida em Campinas, em 1975, durante a ditadura militar, e sobre o significado político do Partido dos Trabalhadores (PT). Historiadores não costumam falar sobre o presente. Mas Eric Hobsbawm nunca foi ortodoxo e seu maior desafio sempre foi entender seu tempo.


Principais obras 
1962 – A era das revoluções (Paz e Terra)
1969 – Bandidos (Paz e Terra)
1973 – Revolucionários: ensaios contemporâneos (Paz e Terra)
1975 – A era do capital (Paz e Terra)
1987 – A era dos impérios (Paz e Terra)
1989 – História social do jazz (Paz e Terra)
1994 – A era dos extremos (Companhia das Letras)
2002 – Tempos interessantes (Companhia das Letras)
2011 – Como mudar o mundo (Companhia das Letras) 


 O historiador deixa a mulher, três filhos, sete netos e um bisneto, além de um grande legado no plano das ciências humanas; como amantes da história deixamos aqui nossos sentimentos a perda de um gênio. 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Cotas: uma forma de enganar o povo

Igualando os desiguais

Sancionada, pela presidente Dilma Roussef, a lei que reserva 50% das vagas de universidades federais para alunos oriundos de escolas públicas, uma crescente discussão vem tomando conta do país. A entrada de estudantes despreparados no ensino superior pode causar uma deficiência na manutenção da qualidade de seu ensino. Além disso, será que a Lei de Cotas não seria uma maneira de corrigir distorções na precária educação pública?
As universidades federais respondem por 86% dos artigos científicos publicados internacionalmente, conforme mostrou a revista Veja. Isso só é possível quando a instituição atrai para si os professores e alunos mais bem preparados. Com a imposição da política de cotas, o ensino dessas faculdades poderá ser afetado, devido a entrada de estudantes sem uma boa base educacional. A culpa de tal desnível não é dos cotistas, mas das escolas.
A Lei de Cotas não passa de uma forma de reparar as injustiças sociais. Essa política possui validade de dez anos a contar de sua publicação. Porém, seria muito mais vantajoso para todo o país que, nesse mesmo período de tempo, o governo investisse na educação de base das escolas públicas. Pelo menos dessa forma, esses alunos teriam a chance de disputar de igual para igual com estudantes de outras instituições, não precisando que as universidades federais tivessem que se preocupar em ensinar a quem não aprendeu o que deveria nos anos precedentes.
Portanto, o ideal seria realizar mudanças radicais no ensino de base público, pois dessa forma não haveria desníveis de qualidade das universidades federais e todos os jovens, tanto os de baixa quanto os de alta renda, teriam oportunidades iguais de realizar um ensino superior qualificado.

Tatiana Faia n°36