segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sobre as cotas raciais

Benefício da visão distorcida
            A iniciativa da ceiação de cotas para as universidades federais teve a melhor das intenções, quando se analisa o quesito de justiça social. Porém, essa atitude aponta para a criação de mais problemas, anulando os possíveis efeitos benéficos dessa nova lei. A política de cotas não pode ser considerada uma solução para um problema, muito maior que o percebido até agora.
         
            As cotas sociais surgiram para corrigir uma desigualdade de oportunidades entre classes sociais para ingresso em faculdades federais. Mas o problema reside, em verdade, na qualidade das escolas públicas de ensino fundamental e médio. Essa política visa a inclusão de pessoas oriundas de classes econômicas menos beneficiadas em faculdades federais por simplesmente não terem condições de ter ensino básico público de qualidade.
          
            Ou seja, há a transferência de responsabilidade de ensinar do ensino básico para o superior. Contudo, a tarefa da faculdade é capacitar os alunos para o mercado de trabalho. A conclusão é de que a excelência das instituições de ensino superior público fica em risco por receber jovens sem prepato suficiente para as exigências desse tipo de ensino, formando profissionais incapazes ou até mesmo provocando o êxodo dos alunos de faculdade pública.
         
            Quem corre sérios riscos não são só as faculdades, mas também os alunos oriundos das classes econômicas mais baixas, assim como o mercado de trabalho, que termina por ter a qualidade de produção reduzido em função da má qualificação dos formandos ou termina por recusar esse tipo de mão-de-obra, que mais prejudica do que beneficia.
           
            No final, os resultados podem ser catastróficos. Os hoje jovens serão adultos sem cultura, sem instrução, sem emprego e facilmente maipuláveis. E o país com uma má qualidade de produção e serviços que, ou se tornará precária, ou para mantê-la razoável recorrerá a importação de mão-de-obra estrangeira. Os jovens de hoje terão que se sujeitar ao empregos que seus pais e mães, das classes D e E, tem hoje, com baixa qualificação.
 
Leonardo Salgado Alves      nº24    

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