quarta-feira, 31 de outubro de 2012



A doença social do alcoolismo precoce

                Atualmente cada vez mais o álcool tem se tornado “amigo” dos adolescentes. Festas e baladas são cercadas de vodka, uísque e cerveja, por isso a facilidade de obtenção dessas bebidas faz com que jovens entrem nesse mundo cada vez mais cedo. O problema é que essa droga licita propicia uma fragilidade do corpo e o debilita causando doenças.   
                Cirrose, diabetes, doenças auto-imunes, osteoporose são alguns dos muitos efeitos das bebidas alcoólicas. O consumo exagerado delas faz parte do dia-a-dia de muitos adolescentes que buscam felicidade, esquecer dos problemas e principalmente ser aceito por determinado grupo.

                Além disso, a facilidade de se obter esse tipo de bebida, que por lei é proibida para menores de 18 anos, também influencia nesse alto consumo. Hoje em dia é difícil encontra um jovem que não bebem ou que nunca levaram um “porre”, o alcoolismo na juventude é um fato e uma doença social.
                Em suma, gostar de cerveja, tequila, uísque e vinho, por exemplo, não é um crime, mas o consumo precoce e desenfreado pode causar problemas irreversíveis à saúde. É fato que a fiscalização é falha e há sempre um meio de burlar as leis e infelizmente, sair impune. A conscientização da população e principalmente dos jovens é uma tentativa de solução. O país precisa disso, muitos talentos e mentes brilhantes são ofuscados e apagados pelo álcool.

Os Estados Unidos sem a imigração ilegal


Os Estados Unidos são campeões em imigração ilegal, são quase 11 milhões dentro do país atualmente, sendo cerca de 6 milhões são mexicanos. Mais de 15 mil agentes fiscalizam a fronteira, armados com fuzis militares M-16, toda extensão é monitorada por câmeras e iluminada a noite, por toda a região foi instalada sensores embaixo do solo, quando alguém passa, o alarme dispara e os imigrantes são presos. Os perigos, contanto, não desestimulam os candidatos a um emprego nos EUA, onde o salário, mesmo sem documentação, pode superar os US$ 6 por hora contra os US$ 2 no México, eles pagam cerca de 10 mil reais para passar por um deserto, rio, uma longa caminhada, correm risco de serem violentamente mortos, não só pela policia como por fazendeiros da região que não perdoam a entrada ilegal.

Os latinos americanos tentam a sorte, procurando oportunidade de trabalho e melhoria de vida, atraídos pelo a riqueza que se passa na TV, se iludem achando que chegaram no País e suas vidas subiram de patamar, quando chegam no local percebem que a realidade é bem diferente, e acabam se submetendo a serviços mal remunerados e carga horária maior que a permitida.

Porém o que a grande potência não percebeu que eles são dependentes dos latinos, em questão da mão – de – obra barata contratada por muitas empresas, vemos isso no filme “ Um dia sem mexicanos” uma comédia de Sérgio Arau. No filme, em um dia na Califórnia a população latina, um terço da população ativa do estado, simplesmente desaparece, e o estado passa a ser circundado por uma estranha névoa, como em um passe de mágica. Sem os trabalhadores latinos (não somente os mexicanos, como diz o título que já vem com uma piada embutida, pois para os americanos todos os latinos são mexicanos), quase sempre relacionados ao trabalho pesado, como de empregada doméstica e trabalhadores rurais, o estado acaba se tornando uma confusão, mostrando como os trabalhadores são importantes para o lugar e que só sem eles, os californianos percebem isso. O longa garante risadas e te faz ver a entrada ilegal de outra forma, veja o trailer à baixo:

domingo, 28 de outubro de 2012


Entenda a Guerra das Malvinas

Conflito entre Argentina e Reino Unido completa 30 anos.Disputa por arquipélago no sul do Atlântico opõe países até hoje.

O aniversário de 30 anos da Guerra das Malvinas reacendeu a memória de um conflito que divide até hoje argentinos e britânicos. Em fevereiro, o governo argentino pediu a reabertura de negociações sobre a soberania das ilhas e acusou o Reino Unido de militarizar a área após o envio de um navio britânico.

A campanha pela retomada das negociações ganhou o apoio do argentino Adolfo Pérez Esquivel, que lidera um documento assinado por um grupo de seis prêmios Nobel da Paz. Já o Reino Unido, onde o arquipélago é conhecido como Falklands, prepara uma comemoração discreta para lembrar as três décadas em que venceu o conflito.

A guerra começou em 2 de abril de 1982 após a Argentina invadir o arquipélago que considera sua extensão territorial histórica. O país entende que, ao se tornar independente em 1822, passou também a controlar as ilhas, que pertenciam aos espanhóis. Já os britânicos afirmam que dominam a região desde 1833, quando ocuparam e colonizaram o arquipélago.

Para os historiadores, o início da guerra foi a arma do ditador argentino, general Leopoldo Galtiere, para dar fôlego ao governo militar, já agonizante no país. A então primeira-ministra britânica Margareth Thatcher, que enfrentava uma crise de popularidade, reagiu com força.

No final de abril, 28 mil soldados em 100 navios chegaram ao arquipélago para defender seus 1.800 habitantes, considerados por Thatcher parte da “tradição e reserva britânica”. A Argentina contava com uma tropa com 12 mil soldados nas ilhas e cerca de 40 navios.

No dia 2 de maio, os britânicos afundaram o navio argentino General Belgrano, matando todos os 326 tripulantes. Dois dias depois, a embarcação britânica HMS Sheffield foi atingida por um míssil Exocet e afundou deixando 20 mortos.

guerra, que durou 75 dias, só acabou em 14 de junho, com a rendição dos argentinos. Ao todo, 258 britânicos e 649 argentinos morreram no conflito.

mapa das ilhas malvinas (Foto: Editoria de Arte / G1)


As relações diplomáticas entre o Reino Unido e a Argentina só foram retomadas em 1990, mas ainda há rusgas. Desde então, o governo argentino mantém uma reivindicação pacífica das ilhas, mas o Reino Unido diz que a soberania do território não está em negociação.

Cerca de mil soldados britânicos patrulham as Malvinas e estão envolvidos em ações como construção de estradas e monitoramento de campos minados.

Exceto pela defesa, os cerca de 2,9 mil moradores da ilha atualmente são autossustentáveis. A venda de licenças para pescar garante boa parte da arrecadação, mas a agricultura também é importante. O Reino Unido explora a área ainda em busca de petróleo.

O turismo também vem crescendo ao longo dos anos no arquipélago, que recebe cerca de 5 mil cruzeiros por ano de turistas interessados na rica diversidade marinha e nas colônias de pinguins.
*(Com informações do Jornal Nacional e da BBC)

O ilustre Karl Marx

Aproveitando um trabalho feito por nós ano passado, resolvemos montar um post sobre esse filósofo, relacionando também com conteúdo passado em aulas tanto de Filosofia, com o professor Ricardo Galvanezi, e de História Sociológica, com a professora Alessandra Lopes:


O ilustre Karl Marx
   
     Nascido na Alemanha, no dia 5 de maio de 1818, Karl Marx foi um filósofo e um economista que procurava entender a sociedade através da análise do capitalismo, com o objetivo de transformá-la. Marx era antes de tudo um revolucionário e sua principal missão era contribuir, de um modo ou de outro, para derrubar a sociedade capitalista.


     Sofria influência: da filosofia alemã, a qual afirmava que tudo que é real é também racional, e que questionava o que adiantava ter ideias se elas não pudessem ser executadas; da política socialista francesa, criticando os socialistas utópicos, ou seja, aqueles que fugiam da realidade, como Rousseau; da economia inglesa do século XIX que explorava a classe trabalhadora (essas três teorias tinham em comum o desejo de impor a transformação social implantando um império da razão e da justiça); e, por último, do filósofo Hegel, o qual o influenciou na teoria “dialética” (razão do ser). Hegel dizia que o que move a história é a ideia, já Marx afirmava que o que a move é o materialismo.
“A anatomia da sociedade deve ser procurada na análise das relações de produção.” (K. M.)
  • Notou que a mercadoria quando era finalizada, não mantinha o valor real da venda. O que ele queria relatar é que a mercadoria parecia perder a sua relação com o trabalho e a vida própria.
  • Para ele o homem é um bicho que só liga para o materialismo, o que influência na maneira como nos relacionamos na sociedade. Desenvolveu o conceito de alienação, mostrando que a industrialização, a propriedade privada e o assalariamento separavam o trabalhador dos meios de produção que se tornaram propriedade privada do capitalismo. 
  • Ele possuía também uma reflexão crítica sobre a sociedade. Proclamava a inexistência da igualdade social natural e tinha a ideia de que a revolução deveria implicar mudanças radicais e globais para romper com a dominação da burguesia, a qual vendia a sua força de trabalho.
  • Para Marx, o valor da necessidade capitalista vem do trabalho do homem; todavia, os homens não percebem que isso realmente ocorre e acreditam que as mercadorias possuem um valor próprio e não a partir do trabalho humano. Isso permite que se sujeitem a lógica da mercadoria.
  • Marx criou o conceito de mais valia, a absoluta que era o aumento da jornada de trabalho e a relativa, que era o aumento da intensidade de trabalho que pode se dar pela melhoria da tecnologia, aumentando a produtividade.

     Sua principal obra foi “O Capital”, em que realizou uma pesquisa sobre o modo de produção capitalista e as condições de superá-la, em busca de uma sociedade sem classes ou propriedade privada.
“As ideias dominantes de cada época sempre foram as ideias de sua classe dominante” (K. M.)
     Seu sistema de pensamento é criado a partir do modo de produção capitalista. Para ele ocorreram diferentes processos de trabalho ao longo da historia do capitalismo, os quais são por ele caracterizados como os mais importantes elementos para a compreensão das transformações econômicas, sociais e políticas. Eram estes:

A organização da produção em cooperação simples, que era a divisão do trabalho que se dá entre aquele que pensa e aquele que executa;
A manufatura, que é o trabalhador que ao invés de executar o produto inteiro, ele executa parte do seu processo de produção;
A máquinofatura, que é aquele que possui o dinheiro, reunindo um grupo de artesãos que não possuem mais o meio de produção;
A automação, que é o processo de trabalho que combina a programação e a autonomia das máquinas com o uso da mão de obra, diminuindo a força de trabalho na execução do produto.
“Trabalhadores do mundo, uni-vos.” (K. M.)
     Até hoje as ideias marxistas continuam a influenciar as ideias de muitos historiadores e cientistas sociais que independente de aceitarem ou não as teorias do pensador alemão, concordam com a ideia de que para se compreender uma sociedade precisa entender primeiro a sua forma de produção.

     Karl Marx faleceu em Londres em 14 de março de 1883, deixando muitos seguidores de seus ideais. Lenin foi um deles, que governando a União Soviética usou ideias marxistas para sustentar o comunismo que sobre sua liderança foi renomeado para marxismo-leninismo.
“Sem sombra de dúvida, a vontade do capitalista consiste em encher os bolsos, mais que possa. E o que temos a fazer não é divagar acerca de sua vontade, mas investigar o seu poder, os limites desse poder e o caráter desses limites.” (K. M.)

     Já que estamos aprendendo sobre o período entre guerras, vale a pena citar a crítica do pensamento marxista sobre o empobrecimento do proletariado (aquele que possui a força de trabalho como propriedade) ocasionado pelo desenvolvimento capitalista. Segundo ele, os países precisavam de um exército industrial de reserva, que seria nada mais nada menos do que uma reserva de gente pobre que será utilizada ou desprezada de acordo com a vontade do capitalista.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

                                            Xenofobia

A xenofobia é o medo irracional, aversão ou a profunda antipatia em relação aos estrangeiros,a desconfiança em relação a pessoas estranhas ao meio daquele que as julga ou que vêm de fora do seu país.A xenofobia pode manifestar-se pelo medo de perda de identidade, suspeição acerca de suas atividades, agressão e desejo de eliminar a sua presença para assegurar uma suposta pureza.Ela pode ter como alvo não apenas pessoas de outros países, mas de outras culturas, subculturas ou sistemas de crenças. O medo do desconhecido pode ser mascarado no indivíduo como aversão ou ódio, gerando preconceitos,porém, que nem todo preconceito é causado por xenofobia.Atitudes xenofóbicas incluem desde o impedimento à imigração de estrangeiros ou de pessoas pertencentes a diferentes culturas e etnias, consideradas como ameaça, até a defesa do extermínio desses grupos. Por esta razão a xenofobia tende a ser normalmente associada a preconceitos étnicos ou ligados a nacionalidade. Estereótipos pejorativos de grupos minoritários (por exemplo: "asiáticos são sujos", "muçulmanos são violentos", "negros são menos inteligentes"e etc..e

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Aborto

 O aborto é a remoção ou expulsão prematura de um embrião ou feto do útero, resultando na sua morte ou sendo por esta causada. Isto pode ocorrer de forma espontânea ou induzida, provocando-se o fim da gestação, e consequente fim da atividade biológica do embrião ou feto, mediante uso de medicamentos ou realização de cirurgias.

O aborto induzido, quando realizado por profissionais capacitados e em boas condições de higiene é um dos procedimentos mais seguros da medicina atual. Entretanto, o aborto inseguro,muitas vezes a opção escolhida por mães adolescentes ou que não possuem condições para criar o filho, na maioria das vezes é feito por pessoas não-qualificadas ou fora de um ambiente hospitalar, fato que resulta em aproximadamente 70 mil mortes maternas e cinco milhões de lesões maternas por ano no mundo. Estima-se que sejam realizados no mundo 44 milhões de abortos anualmente, sendo pouco menos da metade destes procedimentos realizados de forma insegura.                                                     A incidência abortiva se estabilizou nos últimos anos, após ter tido uma queda nas últimas décadas devido ao maior acesso a planejamento familiar e a métodos contraceptivos. O que dificulta esse processo são as leis que variam de país para país, aqui no Brasil por exemplo, o aborto é considerado crime, exceto em duas situações: de estupro e de risco de vida materno. A proposta de um Anteprojeto de Lei, que está tramitando no Congresso Nacional, alterando o Código Penal, inclui uma terceira possibilidade quando da constatação anomalias fetais.

Esta situação já vem sendo considerada pela Justiça brasileira, apesar de não estar ainda legislada. Desde 1993, foram concedidos mais de 350 alvarás para realização de aborto em crianças mal formadas, especialmente anencéfalos. Os juízes inicialmente solicitavam que o médico fornecesse um atestado com o diagnóstico da má formação, além de outros três laudos para confirmação, outro laudo psiquiátrico sobre o risco potencial da continuidade da gestação e um para a cirurgia. Ao longo deste período estas exigências foram sendo abrandadas.

O fato é que cada vez mais as mulheres estão recorrendo a esse método e infelizmente este pode acarretar consequências graves físicas e principalmente psicológicas. Isso explica a dificuldade que muitas mulheres que já abortaram e homens que sofreram com esse tipo de problema têm em falar sobre esse assunto. Aborto não é brincadeira, não é como tomar um copo d’agua ou comprar uma roupa nova, é sério.
 
 
 
 
 
Ana Isa Andrade, Nº3
 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O Caso do Mensalão

O escândalo que marcou o governo Lula vai a julgamento sete anos depois de vir à tona.
A denúncia do mensalão foi apresentada em 2006 e transformada em ação penal em 2007.
 

Supremo Tribunal Federal
O STF (Supremo Tribunal Federal) começou a julgar no dia 2 de agosto os 38 réus do mensalão, considerado um dos maiores escândalos de corrupção da política brasileira. Segundo a Procuradoria-Geral da Repúbica, responsável pela denúncia junto ao Supremo, o mensalão foi um esquema, organizado pelo PT, de financiamento ilegal  que consistia no desvio de verbas públicas para subornar parlamentares de partidos da base aliada do governo Lula.



Entre os réus estão o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, apontado como o líder do grupo, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o ex-presidente do partido, José Genoino, o ex-secretário geral, Silvio Pereira.

O julgamento será muito longo pois onze ministros da corte analisarão o caso. Os réus são acusados de cometerem sete crimes, tais como:
Lula e José Dirceu
  • Formação de quadrilha,
  • Corrupção ativa,
  • Corrupção Passiva,
  • Peculato,
  • Evasão de divisas,
  • Lavagem de dinheiro e
  • Gestão fraudulenta.
O Congresso é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Deputados federais e senadores são responsáveis pela elaboração e aprovação de leis para o país. Por isso, para garantir que os projetos de lei do governo sejam aprovados, é importante que o presidente tenha aliados no Poder Legislativo.
Essas boas relações entre o Executivo e Legislativo são conquistadas e mantidas com base em afinidades políticas. A prática do mensalão, contudo, foi criminosa. De acordo com a denúncia, os acusados desviavam dinheiro dos cofres públicos para comprar o voto dos congressistas.
Entre 2003 e 2005, quando o caso veio à tona, teriam sido pagos R$ 55 milhões a 18 políticos de partidos que compunham a base aliada do governo Lula: PMDB, PP, PR e PTB. Entre esses políticos estavam líderes de partidos, que redistribuíam a verba.
O esquema teria sido organizado pelo PT, partido do ex-presidente Lula e da atual presidente Dilma Rousseff. O escândalo provocou a queda da cúpula do partido no governo. Entre os réus estão o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, apontado como o líder, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o ex-presidente do partido, José Genoino, e o ex-secretário geral, Silvio Pereira.
Os quatro compunham, segundo a denúncia, o núcleo político do mensalão. Já o núcleo operacional tinha à frente o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, dono de agências de publicidade que tinham contratos com o Governo Federal. De acordo com a Procuradoria, ele desviava os recursos públicos desses contratos para pagar os políticos indicados pelos petistas.
Por fim, havia o núcleo financeiro, formado pelos bancos Rural e BMG, que fazia empréstimos ao PT e às agências publicitárias de Marcos Valério.
A investigação do caso durou sete anos e envolveu duas CPIs no Congresso, a imprensa, a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República.
 

Origem

O esquema foi planejado em 2002, durante a campanha presidencial de Lula. Na época, o PT precisava fazer uma aliança com o PL para lançar a chapa de Lula à Presidência, tendo como vice o senador José Alencar (PL). Essa união era uma estratégia para ganhar a confiança dos setores mais tradicionais da sociedade.
Mas, para isso acontecer, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, teria pedido R$ 10 milhões ao PT. Os dirigentes do PT teriam então procurado Marcos Valério, que havia montado um sistema de financiamento clandestino semelhante, segundo a investigação, para o PSDB de Minas Gerais, durante a campanha de Eduardo Azeredo.
Nos dois anos seguintes, o esquema beneficiou outros partidos e se transformou em um pagamento regular aos políticos da base aliada.
Em maio de 2005, o ex-diretor dos Correios, Maurício Martinho, foi mostrado em uma reportagem da revista Veja recebendo propina de R$ 3 mil. Martinho era ligado ao PTB. O então presidente do partido, Roberto Jefferson, sentindo-se acuado pelos petistas, denunciou o caso em 6 de junho ao jornal Folha de S. Paulo.
Jefferson detalhou o funcionamento do mensalão na CPI dos Correios. Ele também foi acusado de receber R$ 4 milhões das empresas de Marcos Valério e se tornou réu no processo.
 

Julgamento

Na esfera política, a CPI recomendou a cassação dos mandatos de 18 deputados. José Dirceu, Roberto Jefferson e Pedro Corrêa (ex-presidente do PP) tiveram os mandatos cassados. Valdemar Costa Neto, Paulo Rocha, José Borba e Bispo Rodrigues renunciaram para escapar da perda do cargo. Os demais políticos foram absolvidos.
ex-deputado Carlos Alberto Rodrigues, conhecido como Bispo Rodrigues deixa a Justica Federal, no centro do Rio de Janeiro, após depor para as investigações do mensalão em 13 de fevereiro 2008
O mensalão também provocou a maior crise política da era Lula, apesar de não ter impedido sua reeleição em 2006 e o encerramento de dois mandatos com mais de 80% de popularidade e um sucessor eleito.
Em 11 de abril de 2006 o então procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, apresentou a denúncia e acusou 40 pessoas de envolvimento. Um dos acusados morreu, o deputado José Janene, e o ex-dirigente do PT, Silvio Pereira, fez um acordo para colaborar com a investigação e foi condenado a prestar trabalhos comunitários. Em agosto de 2007, o STF aceitou a denúncia e passou a tramitar a Ação Penal 470.
O julgamento é previsto para durar até dois meses. Será o mais longo em 120 anos da história do STF. Onze ministros da corte analisarão o caso, que possui o maior número de réus e de testemunhas – mais de 600 foram ouvidas no processo, um calhamaço de mais de 50 mil páginas.

Os réus são acusados de cometerem sete crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta. Ex-integrantes do governo, como José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino, são acusados de corrupção ativa. Parlamentares que teriam recebido o suborno respondem por corrupção passiva.
Os acusados negam envolvimento no mensalão. Quando o escândalo foi descoberto, Delúbio Soares afirmou que o objetivo era fazer um “caixa dois”, ou seja, captar recursos não contabilizados para campanhas políticas. Isso imputaria aos réus infrações da legislação eleitoral já prescritas, e nenhum deles seria punido.
      




Fontes:
http://g1.globo.com/politica/mensalao/
http://www1.folha.uol.com.br/especial/2012/ojulgamentodomensalao/ 

domingo, 21 de outubro de 2012

Hugo Chávez por mais 6 anos


Hugo Chávez conquista 55% dos votos, vence a terceira eleição seguida e promete tornar “irreversível” o projeto do socialismo do século XXI. O venezuelano continua pintado de vermelho. O presidente venceu em 21 dos 23 estados. Com maioria parlamentar na Assembleia Nacional, terá ao menos dois anos para promover mudanças capazes de aprofundar o seu projeto, antes das eleições legislativas de 2015. Sua vitória não foi tão esmagadora como na última eleição presidencial, mas não foi apertada conforme previam os analistas mais conservadores e algumas pesquisas.


Para os governistas, 55% dos votos representam um aval inequívoco para avançar na consolidação do projeto do socialismo do século XXI. “ Nossa proposta foi transparente. Todos que votaram por Chávez votaram pelo socialismo, pela independência, pela soberania e pelo poder popular”, afirmou Blanca Eekhout, vice-presidente da Assembleia Nacional.
            De qualquer forma, a ala mais democrática da oposição saiu fortalecida, em detrimento da turma radical e golpista. Nas vésperas da eleição ventilava-se que, caso o resultado das urnas fosse apertado, os antichavistas mais exaltados estariam prontos para liderar uma onda de manifestações contra uma suposta fraude. Apesar de Capriles ter reconhecido a derrota, seu grupo não pôde contestar os resultados. A famigerada Praça Altamira, reduto opositor e palco de violentos protestos no passado, voltou a pegar fogo. O trânsito da movimentada avenida de acesso na capital foi bloqueado por uma barricada. Os manifestantes queimaram lixo e pneus. Capriles e outros dirigentes da oposição criticaram a ação nas redes sociais, numa tentativa de se desligar da ação. O protesto durou pouco mais de 24 horas e foi dissolvido pelo prefeito. O governo federal não interveio.
            Segundo analistas próximos ao governo, não haverá grandes mudanças na estrutura econômica. Chávez deve manter o controle dos setores considerados estratégicos, entre eles, petróleo, telecomunicações, alimentos e eletricidade, e tende a fazer menos pressão sobre o empresariado, que vê nas expropriações um entrave a novos investimentos. “Desde que cheguei a Miraflores, dizem que vou acabar com a propriedade privada e aí está”, disse o presidente durante uma entrevista coletiva.
            Nos próximos seis anos, o governo tende a apostar na transformação do aparelho produtivo por meio de incentivos ao setor privado e promover a criação da chamada economia social. O novo ramo prevê a criação de Empresas de Propriedade Social (EPS), que devem funcionar como motor econômico do chamado “Estado comunal”. A iniciativa, já com lei própria, prevê a criação de “comunas”, com o reordenamento territorial de diferentes municípios por meio de agrupamentos dos conselhos comunais (conselhos de vizinhos). Nas comunas, seus dirigentes contarão com legislação e poder próprio, paralelo ao poder de governadores e prefeitos. Há ao menos dez “comunas-modelo” na Venezuela.

Fonte: Revista Carta Capital

Uma dama entre vagabundos


No ano de 1979, a Europa se encontrava em um período de recessão econômica, elevadas taxas de inflação, altos índices de desempregos e uma quase incontornável crise petrolífera. Durante esse período de turbulência social, assumiu o poder na Grã-Bretanha a líder do partido conservador inglês, Margareth Thatcher.
Thatcher foi a primeira mulher que ocupou o cargo de Primeiro-Ministro britânico. Logo no início do seu mandato, efetivou uma série de medidas e mudanças, anunciou um plano para a redução dos impostos e passou a controlar e a realizar reformas institucionais nos sindicatos trabalhistas. Essas reformas lhe valeram o apelido de “Dama de Ferro”.
A Primeira-Ministra permaneceu no cargo de 1979 até 1990, ou seja, ocupou o cargo por 11 anos. Nos primeiros cinco anos, suas medidas e estratégias de governo não resultaram em melhorias na economia britânica; ao contrário, muitos estudiosos disseram que a Grã-Bretanha entrou num momento de maior recessão econômica. Entretanto, outros estudiosos, que compactuam com uma visão política liberal-conservadora, defenderam veemente o governo de Thatcher.
Os primeiro cinco anos do primeiro mandato de Margareth Thatcher foram bastante conturbados, por sua política anticomunista. O primeiro governo de Thatcher ficou marcado por diversas greves e manifestações dos sindicatos trabalhistas. Mas sua intervenção nas Guerras das Malvinas (Guerra entre Inglaterra e Argentina), em 1982, aumentou sua popularidade. Thatcher conseguiu sua primeira reeleição em 1984 em decorrência desse fato.  
Após o primeiro mandato, Thatcher promoveu um programa de privatizações das empresas estatais e continuou combatendo de forma radical os movimentos sindicais trabalhistas. A Primeira-Ministra britânica tornou-se uma das precursoras do neoliberalismo.
No ano de 1984, não negociou a liberação dos presos políticos e sofreu um ataque contra sua vida, realizado pelo grupo terrorista IRA (Exército Republicano Irlandês). Saindo ilesa do atentado, ganhou força e compactuou ainda mais com o capitalismo. Certa vez, disse: “A ganância é um bem” – essa frase é a clara concordância que a “Dama de Ferro” tinha com a acirrada concorrência capitalista.
No final da década de 1980, Margareth Thatcher continuava seu governo de forma rígida e inflexível. Conseguiu controlar a inflação e acelerou a valorização da moeda inglesa, porém não conseguiu baixar a taxa de desemprego. Sua segunda reeleição aconteceu em 1989, entretanto sua relação com o partido não era boa, o que levou à sua renúncia no ano de 1990. Acentuada ainda pela vitória do presidente norte-americano, George Bush, não simpatizante de Thatcher, um dos motivos da renúncia foi a perda do apoio externo dos Estados Unidos da América. 
A “Dama de Ferro” assumiu o cargo de Primeira-Ministra inglesa no ano de 1979, em plena Guerra Fria, e deixou o poder político britânico em 1990, após a queda do muro de Berlim (fim da Guerra Fria).  



Uma boa pedida é o filme A Dama de Ferro, que recebeu diversas indicações ao Oscar 2012.  Margaret Thatcher foi a primeira mulher a dirigir uma democracia moderna, no mundo Ocidental e em 1979 se tornou Primeira-Ministra do Reino Unido, onde governou até 1990; o filme abrange um olhar diferente sobre a história em si, e vai além da política com ações anti-populares para conter a inflação. O filme fala sobre a mulher por trás da política, em um momento delicado: A antiga primeira ministra está ficando mais velha, esquecendo seu passado glorioso. Ironicamente, é através dessa mulher que está começando a esquecer que vemos sua história. 
             O roteiro é bem sensível, basicamente composto de alguns flashbacks que Tatcher tem enquanto está confinada em sua casa. Confinada é a palavra correta, uma vez que a "Dama de Ferro" não pode sair sequer para comprar leite. A casa está repleta de seguranças na parte externa e há uma enfermeira em prontidão para ajudá-la sempre que necessário, mostrando que a inabalável ''Dama de Ferro" teve seus momentos de fraqueza também.
            A trilha sonora, composta principalmente de música clássica (punk somente quando mostra as revoltas da população para com ela) combina perfeitamente com todo o filme, que flui perfeitamente ao longo de suas 1h45 minutos de duração. O final é extremamente melancólico e emocionante. Mas esse seria apenas mais um bom filme não fosse pelo fator Meryl Streep. Nos primeiros 5 minutos de Dama de Ferro você já percebe que essa mulher é a melhor atriz dos nossos tempos mas Meryl dá um show de atuação, superando até mesmo algumas de suas atuações passadas. Ela passa da 'política desafinada' que Tatcher era, antes de receber consultoria, para a líder política, em seguida à mulher arqueada pela idade, tudo isso de uma cena para a outra. Está irreconhecível na versão mais velha de Tatcher mas, quando você pensa em outra atriz que representasse com mais perfeição esse momento, não consegue. Somente Meryl Streep conseguiria dar, ao mesmo tempo, a vulnerabilidade e a postura rígida de uma mulher que um dia ficou no poder, que a Dama de Ferro tem em sua ultima fase.  No final, graças ao roteiro mas, principalmente, à atuação, você até tem uma certa simpatia por essa figura polêmica. Afinal, tudo o que ela fez foi querer mudar seu país. Uma mulher a frente de seu tempo que, agora mais velha, está começando a esquecer, a enferrujar. 



Abaixo temos o vídeo para o trailer:


Análise Sociológica:
Se relacionarmos o contexto do governo de Margaret Thatcher podemos notar que, juntamente com o Ronald Reagan, houve a retomada da visão onde Estado não intervêm na economia, deixando ela se auto-regular por si só. Tal fato é inédito, pois desde o período Entreguerras o capitalismo baseado na filosofia de Adam Smith enfrenta um descrédito por parte da sociedade. Dessa forma, inicia-se, portanto, o neoliberalismo tal como o conhecemos hoje. 



Fontes:

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sobre as cotas raciais

Benefício da visão distorcida
            A iniciativa da ceiação de cotas para as universidades federais teve a melhor das intenções, quando se analisa o quesito de justiça social. Porém, essa atitude aponta para a criação de mais problemas, anulando os possíveis efeitos benéficos dessa nova lei. A política de cotas não pode ser considerada uma solução para um problema, muito maior que o percebido até agora.
         
            As cotas sociais surgiram para corrigir uma desigualdade de oportunidades entre classes sociais para ingresso em faculdades federais. Mas o problema reside, em verdade, na qualidade das escolas públicas de ensino fundamental e médio. Essa política visa a inclusão de pessoas oriundas de classes econômicas menos beneficiadas em faculdades federais por simplesmente não terem condições de ter ensino básico público de qualidade.
          
            Ou seja, há a transferência de responsabilidade de ensinar do ensino básico para o superior. Contudo, a tarefa da faculdade é capacitar os alunos para o mercado de trabalho. A conclusão é de que a excelência das instituições de ensino superior público fica em risco por receber jovens sem prepato suficiente para as exigências desse tipo de ensino, formando profissionais incapazes ou até mesmo provocando o êxodo dos alunos de faculdade pública.
         
            Quem corre sérios riscos não são só as faculdades, mas também os alunos oriundos das classes econômicas mais baixas, assim como o mercado de trabalho, que termina por ter a qualidade de produção reduzido em função da má qualificação dos formandos ou termina por recusar esse tipo de mão-de-obra, que mais prejudica do que beneficia.
           
            No final, os resultados podem ser catastróficos. Os hoje jovens serão adultos sem cultura, sem instrução, sem emprego e facilmente maipuláveis. E o país com uma má qualidade de produção e serviços que, ou se tornará precária, ou para mantê-la razoável recorrerá a importação de mão-de-obra estrangeira. Os jovens de hoje terão que se sujeitar ao empregos que seus pais e mães, das classes D e E, tem hoje, com baixa qualificação.
 
Leonardo Salgado Alves      nº24    

Rio+20

     “É preciso elevar a produtividade a novos patamares, de modo a gerar mais riqueza, depredando menos o meio ambiente. Só assim é possível olhar para a economia e o verde simultaneamente.” afirma o economista americano Thomas Heller.
   
     Levando isso e o sucesso da Eco 92 em consideração, representantes de 190 países, além de ONGs de todos os tipos, se mobilizaram no Rio de Janeiro em Junho de 2012 para uma nova conferência em prol do nosso ecossistema.

  • Rio+20

     A Rio+20 trata-se, portanto, de uma reunião sobre Desenvolvimento Sustentável organizada pela ONU para discutir como conciliar crescimento econômico, qualidade de vida e preservação do meio ambiente, simultaneamente.

     A conferência dispõe de dois blocos opostos, sendo um formado por países ricos, e o outro composto pelos emergentes e pobres. Suas principais preocupações são fazer com que o modelo econômico atual se adapte aos moldes sustentáveis e, em segundo lugar, decidir quem financiará a citada adaptação.

     O quadro abaixo, retirado da revista Veja, edição 2274, do dia 20 de Junho de 2012, mostra o que cada grupo de países propõe e discordam nas discussões da Rio+20. Além disso, segue um resumo sobre o que é cada medida de acordo com a reportagem:


  1. A conferência deve estabelecer Metas do Desenvolvimento Sustentável, porém não há decisões comuns quanto a prazos, objetivos ou sobre quem arcaria com as despesas.
  2. É planejada uma redução no uso do petróleo, sendo este trocado por fontes de energias mais limpas.
  3. Criar uma Agência Internacional Independente com o poder de decisão em questões ambientais, sem interferência da ONU.
  4. Criar um novo conceito de PIB onde o cuidado ambiental conta tanto quanto a riqueza do país.
  5. As nações ricas deveriam, portanto, doar parte de suas riquezas para que os países em desenvolvimento não sejam prejudicados.

  • Eco 92
     A última reunião realizada com o mesmo intuito ocorreu entre 3 e 14 de Junho de 1992, também no Rio de Janeiro, e recebeu o nome de Eco 92

     Esta teve uma boa repercussão, pois incentivou a população a exigir que as empresas fabricassem produtos menos agressivos ao meio ambiente, além de tomarem consciência de problemas ambientais como a poluição nos rios e oceanos, e a imensa quantidade de lixo urbano. Outra importante decisão tomada foi a ratificação do acordo de redução da emissão dos gases causadores do efeito estufa na atmosfera.


  • Uma visão de Eric Hobsbawn
     Levando o tema acima em consideração, podemos relacioná-lo com uma análise feita pelo historiador britânico Eric Hobsbawn para o jornal The Guardians. Tendo em vista que, durante o século XX, tanto o sistema socialista quanto o capitalista apresentaram sinais de fracasso, o autor sugere uma nova alternativa a ser implantada: a política progressista. 
     
     Trata-se de uma iniciativa pública não baseada na busca de lucro, mas sim em decisões com o objetivo de conseguir melhorias sociais coletivas que beneficiariam toda a população. "A base da política progressista não é a maximização do crescimento econômico e da riqueza pessoal."

     Ainda segundo Hobsbawn, essa ideia deve ter como pauta fundamental a crise do meio ambiente em que vivemos hoje. Deste modo, pode-se associar essas conferências, como a Eco 92 e a Rio+20, como exemplos de políticas progressistas, em que não há obtenção de lucro individual mas sim uma tentativa de reverter a situação atual. Diante dessa situação, toda e qualquer medida deve ser tomada o mais rápido possível. "O tempo não está do nosso lado.", relata o autor.

domingo, 7 de outubro de 2012

O curativo das cotas

          A lei de cotas já aprovada pela presidente Dilma vem gerando muita polêmica na sociedade. O fato em questão é que esse projeto não atende diretamente um dos grandes problemas do Brasil: a precária e defasada educação pública. Assim, pois, a lei serve apenas como um curativo, disfarçando o real estrago e deixa, aparentemente, confortável, agradando a maioria dos estudantes que advém de escolas públicas.
         Impor as cotas nas Universidades Federais pode acarretar prejuízos em sua excelência, visto que elas respondem por 86% dos artigos científicos publicados internacionalmente, como mostra a reportagem "O erro das cotas" na revista  VEJA. Os alunos, pois, que ingressarem por meio delas não terão recursos que os possibilitem para acompanhar o sistema das federais, uma vez que eles tiveram uma qualidade de ensino muito aquém do que é exigido e necessário. Portanto, além de ter que nivelar os novos alunos, aqueles que já se adequam ao sistema serão prejudicados e, em consequência, essa excelência cai. 
        Além disso, deve-se ressaltar que a lei sancionada não traz nenhum mecanismo eficiente que mude a base da educação. Ela não vai fazer com que os alunos que se enquadrem nela estudam mais, pois já terão praticamente as suas vagas reservadas; e ela também não fará com que os professores da rede pública ganhem salários dignos para fazerem seus trabalhos da melhor qualidade possível.
        Em suma, é necessário, primeiro, investimentos nas estruturas de base para se chegar a um resultado sem falhas ou prejuízos. Mascarar ou esconder com um "bandaid" não resolve nem muda o fracasso que pe a atual educação pública brasileira

Giovanna Junqueira n20

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

" Ato Falho"


       Hoje, foi publicado no site G1, a comovente reportagem sobre João Carlos Rodrigues, um paciente que estava internado há quatro anos e quatro meses no Hospital Evangélico de Curitiba, e que sofria de uma rara doença neuromuscular degenerativa que prejudica o sistema respiratório.
      O paciente ficou conhecido após publicar o livro "O caçador de lembranças", que conta a vida dele desde que os sintomas da doença começaram a se manifestar e ele precisou ser internado, sem poder sair da cama.   Ele faleceu em agosto deste ano,  e o hospital pediu uma averiguação do que teria causado a morte do paciente,  e segundo o relatório final da averigueção, houve um ato falho de um profissional que acabou antecipando a morte do paciente. O profissional, que já estava afastado foi banido do quadro de funcionários do hospital, e a direção simplesmente lamenta o erro humano, além de prestar integral apoio à família”.


Albert Nobbs

    

     O filme Albert Nobbs retrata a história de uma mulher que vive como um homem, para sobreviver na conservadora sociedade Irlandesa no século XIX. Época caracterizada pela revolução industrial, que provocou mudanças na economia, e na tecnologia.
      Nesse período a mulher sofria muito preconceito, e não achava trabalho com facilidade, fora isso o continente Europeu passava por uma fase nao muito boa, onde a saúde era precária, e as diferenças economicas eram muito marcantes.
      O filme, que foi indicado ao Oscar cinco vezes, mostra detalhadamente e de forma dinâmica toda a fase pela qual a Irlanda, e Reino Unido passaram no século XIX. É um filme de fácil entendimento, e que nos passa  informações que na época foram omitidas, e que são importantes.


 

Redação em forma de carta sobre as cotas

         Santos, 17 de setembro de 2012

         Excelentíssima Presidente Dilma,
         Gostaria de alertá-la para o tema relacionado ás cotas, que a senhora aprovou nessa última segunda-feira, 07 de setembro de 2012.
         Não sei ao certo o que se passa no Senado, mas acho que essa situação merece uma melhor análise, afinal, as cotas não só tornam pior o preconceito racial no Brasil, como causa uma revolta que poderia ser evitada, na população que estudou a vida toda em escolas particulares, e que serão indiretamente prejudicadas.
         Muitos escritores tentam amenizar essa polêmica, sendo a favor das cotas, e usando como argumento positivo, o fato do Brasil estar "pagando" uma dívida histórica com diferentes etnias, e o fato de estar dando oportunidades igualitárias a todos.
         Mas, assim como a maioria da população, não acho correto tal ato, e nem coerentes as justificativas. Ao invés de tratar diferencialmente as pessoas mais pobres, e diferentes etnicamente, a Senhora poderia investir na educação pública. Dando a essas pessoas uma oportunidade de passar em uma universidade pública, por mérito próprio, o que é uma sensação única.
         Se esse método de "igualdade" realmente entrar em vigor, as faculdades federais Brasileiras, que são conhecidas em todo o mundo como as melhores, vão ter que se adaptar aos novos alunos, e isso fará com que o nível de ensino seja inferior ao atual, prejudicando assim os alunos que se esforçaram para estar ali.
Portanto, gostaria de pedir uma atenção maior para esse assunto, pois tenho certeza de que há métodos que beneficiem a todos, e que realmente resolvam o problema, e não simplesmente o mascare.
          
          Agradeço desde já, e aguardo uma resposta.
                                                                                                          
                                                                                                                        

                                                                                                                           Camila Conrade

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Mais justiça, menos preconceito

         Foi aprovada a política de cotas para o ingresso de negros, pardos, indígenas e estudantes oriundos do ensino público, nas universidades e escolas técnicas federais. Ela garante 50% das vagas, na proporção das populações em cada estado. Sendo assim, beneficia-se a maioria dos estudantes brasileiros, considerando-se que de cada dez alunos, apenas um estuda em escola privada.
       No caso das cotas raciais, é notório que o Brasil possui uma dívida histórica com os negros, que quando vieram da África foram escravizados pelos colonos e os indígenas, explorados, portanto, com o ingresso da população negra, parda e indígena nas universidades públicas, poderá ser visto um aumento no número de bons profissionais, destas raças, formados, por exemplo, médicos, advogados, engenheiros, diminuindo certo preconceito existente.
        Haverá eficácia na reparação de injustiças e desigualdades sociais com essa política, e os bens comuns considerados acessíveis à população de classes sociais elevadas, em partes, estará ao alcance das camadas mais baixas.
          É essencial que essa sensação de injustiça diminua, juntamente com a lei que foi sancionada e aos poucos será empregada definitivamente. A inclusão social poderá ser notada, alunos, independente de cor, raça, classe social, estarão em "um mesmo lugar", em um  mesmo convívio, beneficiando à todos. Ao mesmo tempo, a deficiência presente no ensino público também será compensada com a "facilitação" no ingresso às universidades, de uma forma justa, para aqueles que necessitam, servindo de apoio para que possam ser bem sucedidos e tenham uma melhoria em suas vidas.

Bianca Akemi de Souza Abe nº07


100 anos da revolta camponesa do contestado

   A revolta do contestado (1912-1916) é uma das várias ocorridas na época da República Velha no Brasil. A região do contestado fica na divisa entre o Paraná e Santa Catarina e tem este nome pois era visado por estes dois territórios.
   A história brasileira é marcada por inúmeras revoltas populares contra leis injustas ou pelo acesso à terra, pois a posse do território sempre foi entregue a aristocratas e oligarquias e isso prevaleceu nos ciclos da cana e do café. Na transição do Império para a República foi inevitável a libertação dos escravos após a proibição do tráfico negreiro. Nesta mesma época, a lei de terras permitiu a legalização das posses dos latifundiários e proibiu a distribuição de novas áreas públicas. Ou seja, toda terra deveria ser comprada e com isso nem os escravos libertos, nem a maioria dos imigrantes europeus tinham recursos para ter acesso a terra. Neste contexto, e com as injustiças cometidas contra a população do contestado (como a construção da estrada de ferro que passava por este território, que resultou na expulsão dos pequenos proprietários locais e da retirada da madeira da região, que servia como forma de sustento) se deu a origem do conflito no campo.
   Mais de 40 mil de camponeses se armaram como puderam e foram à luta pelo direito a terra inspirados principalmente por José Maria. Porém, a revolta foi sufocada por soldados da República, e mais de 10 mil camponeses foram mortos, inclusive José Maria. A revolta tomou proporções tão grandes que só depois de 46 meses de conflito os revoltosos foram derrotados, após ficarem isolados, sem comida nem remédios contra o tifo, doença que vitimou muitos moradores da região.
   Os conflitos no campo no período da República Velha foram resultado da grande exclusão social do país, e apesar de pouco lembradas, têm muita importância.



Um homem se vai, um legado permanece....



LONDRES –Morreu na segunda-feira, 1º, aos 95 anos, o historiador britânico Eric Hobsbawm, depois de uma longa pneumonia que o manteve internado por meses em Londres. Era considerado um dos mais importantes historiadores do século 20, autor de mais de 30 livros traduzidos em todo o mundo. Com a trilogia Era das revoluçõesEra do capital e Era dos impérios, que fez parte da formação de várias gerações – no Brasil foi um dos livros mais estudados em cursos das áreas de ciências humanas a partir dos anos 1970 – Hobsbawm analisou o que chamava de “o longo século 19”, período que vai de 1789 a 1914, ou seja, das revoluções europeias às vésperas da Primeira Guerra Mundial.
No livro que deu sequência ao conjunto, Era dos extremos, Hobsbawm retratou, em contrapartida, o “curto século 20”, que vai da Primeira Guerra à queda do Muro de Berlim e à derrocada da União Soviética e dos países comunistas europeus. Seus livros, mesmo marcados pela metodologia marxista, não se limitavam ao enfoque político-econômico, tendo sempre grande sensibilidade para as questões culturais. 
A vivência de Hobsbawm como aluno durante a década de 1930 na Alemanha ajudou a consolidar suas visões de esquerda. Em 1936, na Inglaterra, ele entrou para o Partido Comunista, do qual foi integrante durante décadas, apesar de ter se desiludido com a União Soviética.
Hobsbawm era grande conhecedor de jazz, tendo escrito artigos sobre o tema, assinando como Francis Newton, para a revista New Statesman. Chegou a publicar uma prestigiada História social do jazz. Em tempo: o pseudônimo usando pelo historiador era uma homenagem ao trompetista de Billie Holiday, que era comunista. Além dos livros sobre grandes períodos históricos, Hobsbawm tinha interesse por movimentos revolucionários, agitadores pré-políticos e banditismo social.
Hobsbawn nasceu na Alexandria, no Egito, em 1917, filho de pais judeus. Ele cresceu em Viena e em Berlim, mudando-se para Londres em 1933, mesmo ano em que Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha.
O historiador filiou-se ao Partido Comunista inglês em 1936,  permanecendo ligado a ele durante décadas até se desiludir com a União Soviética, depois da invasão da Hungria, em 1956. Esteve também vinculado ao Partido Trabalhista britânico, de esquerda. Naturalizado inglês, chegou a ser descrito pelo ex-líder trabalhista Neil Kinnock como “meu marxista favorito”. Em 1978, entrou para a Academia Britânica.
Sua carreira acadêmica foi brilhante, tendo lecionado nas principais universidades britânicas. Como professor convidado, deu aulas na Universidade de Stanford, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e na Universidade de Cornel, nos EUA. Em 2003, Eric Hobsbawm veio ao Brasil para participar da Festa Literária de Paraty (Flip).
Marxismo
Com trânsito entre intelectuais de todas as tendências, a obra de Eric Hobsbawm é o melhor exemplo do método dialético em história no século 20. O historiador nunca renegou suas raízes intelectuais e chegou a organizar uma impressionante História do marxismo, em 12 volumes. Seu último livro, Como mudar o mundo, publicado no ano passado, estuda a origem da produção teórica de Karl Marx (1818-1883), analisando as influências do socialismo francês, da filosofia alemã e da economia-política britânica. 
Em entrevista ao jornal inglês The Guardian, publicada à época do lançamento do livro, declarou: “A redescoberta de Marx está acontecendo porque ele previu muito mais sobre o mundo moderno do que qualquer outra pessoa em 1848. É isso, acredito, o que atrai a atenção de vários observadores novos – atenção essa que, paradoxalmente, surge antes entre empresários e comentaristas de negócios, não entre a esquerda”.
Seu livro de memórias, Tempos interessantes – Uma vida no século 20, é uma análise sem autoindulgência de sua trajetória intelectual e dos desafios políticos vividos. Além de retomar algumas reflexões que fizeram parte de sua obra de historiador, tem passagens sobre a América Latina e o Brasil, ao qual faz duas referências: acerca de uma conferência proferida em Campinas, em 1975, durante a ditadura militar, e sobre o significado político do Partido dos Trabalhadores (PT). Historiadores não costumam falar sobre o presente. Mas Eric Hobsbawm nunca foi ortodoxo e seu maior desafio sempre foi entender seu tempo.


Principais obras 
1962 – A era das revoluções (Paz e Terra)
1969 – Bandidos (Paz e Terra)
1973 – Revolucionários: ensaios contemporâneos (Paz e Terra)
1975 – A era do capital (Paz e Terra)
1987 – A era dos impérios (Paz e Terra)
1989 – História social do jazz (Paz e Terra)
1994 – A era dos extremos (Companhia das Letras)
2002 – Tempos interessantes (Companhia das Letras)
2011 – Como mudar o mundo (Companhia das Letras) 


 O historiador deixa a mulher, três filhos, sete netos e um bisneto, além de um grande legado no plano das ciências humanas; como amantes da história deixamos aqui nossos sentimentos a perda de um gênio.